A morte do Papa Francisco reacende discussões profundas sobre os rumos da Igreja Católica em um mundo cada vez mais plural e secularizado. No Brasil, país que ainda abriga o maior número de católicos do planeta — cerca de 182 milhões, segundo o Anuário Estatístico da Igreja divulgado em 2024 — os desafios são urgentes: queda contínua no número de fiéis, crescimento acelerado das igrejas evangélicas e a escassez de sacerdotes para atender a demanda das paróquias.
Dados do IBGE mostram que em 2000, 75% dos brasileiros se declaravam católicos; esse número caiu para 64% em 2010 e chegou a apenas 50% em 2020, segundo o Datafolha. No mesmo período, os evangélicos saltaram de 15% para 30%. Em 2019, o número de templos evangélicos já ultrapassava os 109 mil, enquanto as paróquias católicas somavam pouco mais de 12 mil. A CNBB estimava, à época, que o Brasil precisaria de mais 20 mil padres para suprir a demanda das comunidades.
Francisco tentou enfrentar esse esvaziamento com ações firmes, como o combate aos escândalos de abuso e corrupção dentro da Igreja e a abertura pastoral a grupos historicamente marginalizados, como LGBTQIA+ e divorciados. Em 2021, ele alertava para o risco de a Igreja se tornar “um museu, com muito passado e pouco futuro”. Agora, com sua morte, a pergunta que se impõe é: quem será capaz de continuar essa missão de renovação e reconquista dos fiéis?
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